Segundo a polícia de Ottawa, o número de participantes do protesto dos caminhoneiros diminuiu significativamente nas últimas 24 horas
OTTAWA — Depois de três semanas, o governo de Justin Trudeau e as autoridades de Ottawa parecem ter conseguido desarticular o “Comboio da Liberdade” — um protesto de caminhoneiros que se dirigiram à capital canadense para se manifestar contra obrigatoriedade de vacinação e outras medidas restritivas. Mas o custo é alto: Ottawa vive um clima de estado de sítio.
Neste domingo, a reportagem de Oeste caminhou pelas ruas do centro da cidade, grande parte das quais está bloqueada pela polícia: apenas pedestres podem circular (e, ainda assim, com muitas restrições). O vazio e o silêncio em uma área normalmente movimentada, complementados pelo grande volume de neve e temperaturas que chegaram perto dos 20 graus negativos, davam um ar distópico à cidade.
Em alguns pontos de Ottawa, ainda há caminhões e outros veículos usados pelos manifestantes — em quase todos os casos, os donos dos veículos foram presos. Um número considerável de caminhoneiros também deixou a cidade voluntariamente nos últimos dias. “O número de manifestantes em desacordo com a lei reduziu-se dramaticamente nas últimas 24 horas”, disse neste domingo chefe em exercício da polícia de Ottawa, Steve Bell.
Ainda assim, a preocupação das autoridades é evidente: na região considerada crítica, nas proximidades do Parlamento, cada esquina tem pelo menos uma dúzia de policiais de prontidão para impedir o trânsito de veículos. Na principal rodovia de acesso a Ottawa, as saídas que levam à zona central da cidade também continuam completamente bloqueadas.
Neste domingo, ainda foi possível ver pequenas manifestações de apoio à causa dos caminhoneiros na área central da cidade.
Segundo os dados atualizados pela polícia durante a tarde,191 pessoas foram presas e 107 foram indiciadas até agora durante as ações para coibir o protesto dos caminhoneiros. Ainda de acordo com a polícia, 79 veículos foram rebocados até agora.